Unicamp desenvolve remédio seis vezes mais potente do que o usual para o câncer de bexiga

O estudo levou 12 anos para ser concluído, e foi testado em animais e seres humanos.

Unicamp – Universidade Estadual de Campinas desenvolveu um remédio inédito no Brasil capaz de matar células do câncer de bexiga. O tratamento é seis vezes mais potente do que o usual, e já apresentou resultados positivos na redução de tumores em pacientes desenganados.

No combate a esse tipo de câncer, é comum a retirada do tumor seguida por uma terapia com a vacina BCG, mas muitas pessoas sofrem com os efeitos colaterais e, eventualmente, chegam a enfrentar a falta dela na rede pública.

A expectativa é que a nova droga chegue ao mercado dentro de seis anos.

A droga é menos tóxica do que as habituais, porque é um nanofármaco. Tem alta efetividade e, por isso, é administrado nos pacientes em concentrações menores em relação aos quimioterápicos.

Funciona como uma imunoterapia, estimula a produção de proteínas de células de defesa e destrói os tumores. Proporciona uma melhora na qualidade de vida do paciente durante o tratamento.

Sintomas:

O principal sintoma do câncer de bexiga é a perda de sangue na urina (hematúria) micro ou macroscópica, mas outros sintomas irritativos do trato urinário baixo, como polaciúria, disúria e urgência em urinar também podem aparecer. Outros sintomas gerais nos casos avançados como anemia, emagrecimento, massas pélvicas também podem estar presentes.

       Para o diagnóstico, utilizam-se exames de imagem (ultrassom abdominal e pélvico, tomografia e ressonância), cistoscopia (endoscopia da bexiga) e citologia urinária. Mas o diagnóstico definitivo é realizado através da cirurgia endoscópica pela uretra (RTU), mostrando pelo anátomo-patológico se o tumor é superficial ou infiltrativo.

Redução de tumores

Há mais de um ano, a droga começou a ser testada em pacientes que apresentam metástase e já esgotaram todas as alternativas de tratamento. Os tumores tiveram redução de 40% a 50% no número e no tamanho. A expectativa de vida era de três meses e, com a descoberta, passa de um ano.

Com o bom resultado, a Comissão de Ética em Seres Humanos da Unicamp liberou o teste da medicação para pacientes com câncer de bexiga em qualquer estágio da doença.

Esperança

Após passar por três cirurgias e não conseguir dar andamento ao tratamento tradicional, porque não conseguiu achar o remédio, o empresário Marcelo Santos decidiu participar dos testes. As seis doses que já tomou fizeram os pólipos malignos desaparecerem.

Fonte: G1